sexta-feira, 30 de maio de 2008




M.C. Eu me lembro que a algum tempo atrás você tinha comentado comigo que em várias vezes algumas pessoas te rotularam como "excêntrico"... o que acha disso?

R.L. "excêntrico" (...) vou considerar como um elogio! (risos). Vou te confessar que de vez em quando me vejo assim e acabo concordando com esse tipo de comentário. talvez isso se deva ao fato de eu não apreciar o que a maioria aprecia. Sou bastante seletivo: a que lugares vou, que livros leio, que músicas ouço... ah... coisas desse tipo! Sou um tanto formal, penso demais, analiso demais. Devia meter o pé na jaca mais vezes! (risos) ... mas você concorda que ser chamado de "excêntrico" é mais legal que ser chamado de "louco"!!!!

M.C. Tem medo de ser visto como anti social ou antipático?
R.L. ah não, nunca! O que eu noto quando converso com alguem que me conhece razoavelmente bem é que essa pessoa, antes de me conhecer de fato, tinha uma imagem a meu respeito que não correspondia com meu jeito de ser... a minha verdade... te disse que costumo ser formal, mas isso vai se desmanchando quando a pessoa passa mais tempo comigo. Aos poucos vou ficando meio palhaço. Meus amigos dizem que sou uma figura (risos).

M.C. Sou obrigada a concordar, você é bem engraçado... não sei se essa é a palavra certa...
R.L. Vai pensando aí. Sabe, nem eu mesmo encontro uma palavra pra me definir e nem penso mais nisso porque me confundo mais! Mas "engraçado" já está de bom tamanho ha ha.

M.C. Acha que isso te atrapalha?
R.L. Perguntinha chata de responder. Te digo que sim e que não (...) se eu pensar nas minhas amizades, de fato, esse traço não me traz inconvenientes porque sou de poucos - mas ótimos - amigos. Eles são pessoas bacanas. Nunca olhei por esse lado (...) mas esse meu jeito reservado e crítico foi importante pra separar o joio do trigo, a gente vai conhecendo melhor e filtrando. Se ser crítico tem um lado bom, é esse! Agora, se eu te disser que isso é bom em todos os aspectos da minha vida, estarei mentindo pra ti. Na minha vida amorosa a coisa complica porque hoje em dia o negócio é "ficar"... coisa que não curto muito fazer. Pra mim o legal é namorar, ter alguem do seu lado, sentir saudades, conversar... meu lado crítico pega forte nesses assuntos. Fico meio atrapalhado. Não procuro a mulher perfeita... seres humanos são imperfeitos... Sou hipócrita se te digo que não fico com ninguem... eu fico, mas não é a minha praia.

M.C. Menino (...) te conheço. Tem mais coisa aí... tu é carente pra KCT!
R.L. Eu tento mas não te engano né? (risos). Lógico, isso é inegável. Por tudo o que a gente já conversou você me conhece mais que ninguem. Nesse caso eu tento remar contra a maré... quero dizer... tentava! Hoje eu não luto mais contra este sentimento. Aprendi com algumas bordoadas que levei a me doutrinar e compreender, trabalhar isso no sentido de evoluir. O tempo vai ensinando. Caía antes em dois erros fatais: Colocava expectativas além e me entregava por inteiro... ficava bem no meio da rua. Hoje sei que é melhor ficar mais perto da calçada. Falando nisso, no momento estou passando por uma situação chata mas vai passar! Minhas experiências anteriores são boas armas.

M.C. Você tocou nesse papo tem uma semana...
R.L. Hu hum, mas chega dele! Te digo só uma coisa: a gente deve se relacionar com quem está no nosso patamar, com quem compartilha das nossas idéias, dos nossos objetivos (...) não precisa ser exatamente igual em afinidades, mas ao menos ter algumas, isso é importante. O essencial é que os dois olhem na mesma direção. Disse antes que meu lado seletivo é uma pedrinha no sapato né... pois é... rs rs rs

M.C. Diz pra mim porque trocou o Rio de Janeiro por uma cidade do interior e porque quer voltar.
R.L. Então (...) quero deixar claro que gosto daqui. É um bom lugar, tenho grandes amigos. Disso não tenho reclamações a fazer. O problema foi que me programei baseado em acordos de trabalho que não vingaram. Fiquei numa situação complicada nesse sentido. Num determinado ponto essa idéia germinou e foi crescendo até que tomei a decisão definitiva. Fora isso, conversei com meus familiares e amigos cariocas que me apoiaram. Será melhor. Nasci e cresci naquele lugar e hoje me pergunto porque saí de lá... a vida é a melhor escola. A princípio não vai ser fácil, mas a gama de oportunidades que terei será muito maior.

M.C. Tá arrependido?
R.L. hm... não... porque apesar da conjuntura tive experiências legais: trabalhei com algo novo pra mim - lecionar em auto escola - meu namoro não deu certo, mas amei de verdade, como sempre foi. Alem disso, conheci gente evoluída intelectual e espiritualmente (...) algumas questões me aborreceram sim, pra ser franco. Mas o saldo foi positivo.


M.C. Porque seu blog tem esse nome hein?
R.L. Porque eu acho que um blog é uma página sua e por consequência, com a sua cara. Então achei lagal batiza-lo com esse nome, tem a ver comigo: Como um típico virginiano adoro ler e escrever o que me dá vontade. Logo, "virgomundo" é o meu mundo, o mundo de virgem. Digo que escrevo de acordo com a minha vontade porque, ao contrário de muitas páginas pessoais que abordam uma temática específica (esportes, filmes, humor, política, por exemplo) a minha é uma baita salada! Escrevo o que quero, sobre o que me dá vontade.

M.C. Agora entendi as frases que colocou no início.
R.L. "Um pouco de tudo, tudo de mim" ... sugestivo né?




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