quinta-feira, 12 de junho de 2008

Seicho-No-Ie







A crítica, o conhecimento e a clareza com que me posiciono são fundamentais quando sinto que estou adentrando em terreno pouco conhecido. Recentemente tive contato e passei a me inteirar a respeito da filosofia oriental conhecida como Seicho-No-Ie (SNI).



Como bom virginiano que sou, questionador de tudo, optei – apoiado pela minha amiga Lívia, a bem da verdade – por acrescentar mais ao meu conhecimento, buscando dados sobre a história da formação da SNI, livre da parcialidade de seus seguidores. Procurei por aqueles que nutrem críticas e suas razões para tal. Simplificando: tento compreender, entre a diversidade de enfoques e opiniões, o que é tido como “certo” e “errado” quando o assunto é SNI.



Quero deixar claro aqui que não acredito em verdades absolutas. Não creio que nenhuma religião traga um “pacote completo” de felicidades e soluções para o ser humano. O meu ponto de vista é embasado no seguinte procedimento: tiro proveito e assimilo os preceitos com os quais concordo e não me atenho aos demais. Isto se explica pela minha concepção: o ser humano é diverso e por conseqüência elabora caminhos diversos na mesma proporção. Sendo assim, assumo uma postura tolerante entre as diferenças de doutrinação.



Entrando no mérito da questão, pesquisando as origens da SNI, recuei no tempo, chegando até a primeira metade do século XIX, bem antes da criação da seita citada (na década de 1930). Chegando lá, encontro um ilustre senhor chamado Franz Anton Mesmer (à sua direita). Você pode me perguntar que relação ele teria com a SNI. Não é uma relação direta, mas posso afirmar que ele é o fio da meada.



Mas como considera-lo como a ponta da corda? Bem... Franz Anton Mesmer foi o criador de uma teoria conhecida por “Mesmerismo”, segundo a qual, o homem seria envolto por um campo magnético que eventualmente poderia ser desequilibrado. O restabelecimento deste campo magnético viria através da hipnose. Ainda em sua época, a teoria de Mesmer ganhou projeção.



Seduzido por esta teoria encontrei, em 1838, o senhor Phineas Quimby (à sua esquerda) que passou a estudar o efeito de cura proposto pelo Mesmerismo (mais tarde denominado “efeito placebo”). O papel reservado a Quimby nesta história – embasado nos estudos sobre Mesmer – a elaboração de uma teoria chamada “New Thought” (novo pensamento). Esta teoria foi a base para o surgimento de duas vertentes religiosas/pseudo-cientificas: a Ciência Religiosa (Igreja da Divina Ciência) e a Seicho-No-Ie.



Considerando que a SNI teve como raiz o New Thought, é preciso entender o que esta teoria afirma: a evolução infinita a mente humana, a crença de que esta mesma mente segue adiante em direção a um caminho de expansão e desenvolvimento. Uma lei cósmica incentiva o homem ao progresso mental, espiritual e físico. Determina que Deus é um princípio e que não tem forma, que Jesus Cristo não teria remido os homens das doenças, mas sim, corrigido erros de pensamento. E também que falsas idéias mentais seriam a razão para todas estas doenças.



Como é possível concluir, tal teoria, desde a sua elaboração, polemizou, e muito. E sendo a SNI partidária de Mesmer, de Quimby e da Igreja da Divina Ciência, não seria diferente no seu caso. A SNI ainda utilizaria técnicas psicológidas de auto-sugestão. Em seus estudos, Masaharu Taniguchi tambem encontrou inspiração em uma sutra Budista chamada "Daizokio", que se tornou fundamental na mensagem da SNI: "não existe matéria, como não existem doenças. Quem criou tudo isso foi o coração. Logo, a doença pode ser curada com o coração."



Estes dois ensinamentos da SNI de Masaharu Taniguchi levantam discussões por parte de outras vertentes religiosas:





“O filho de Deus é você. O seu cérebro é o cérebro de Deus, logo você é um ser divino.”

“Saúde, vitalidade e o rumo de sua vida. Tudo depende da sua mente.”





O ponto de atrito neste caso é a dita autonomia do homem contida nestas afirmações. Inúmeros religiosos execram a SNI por entenderem que segundo os ensinamentos de Taniguchi, o homem se iguala a Deus e pode evocar poderes de cura. Outra causa para discussões: para os adeptos da SNI, o mentor espiritual Taniguchi teria recebido uma “revelação celestial” que é a base de toda a filosofia propagada. A história diz que há controvérsias, trazendo outra versão: a de que Taniguchi, em parceria com Fenwicke Holmes (um dos fundadores do movimento da ciência religiosa) teriam elaborado minuciosamente os escritos fundamentais da SNI. Ou seja, estes não foram sentidos, foram pensados.



Apesar destas raízes, a SNI não cai em descrédito comigo. uma das minhas certezas na vida é a de que nenhuma idéia é completamente nova. Por exemplo, quando um livro dito "inovador" é lançado, ao ler a obra você pode apostar: 90% do que trata o livro já foi abordado diversas vezes por parte de outros autores e apenas 10% do montante pode ser considerado realmente original.



Minha mente é aberta a críticas e aceito muitas delas, desde que não sejam histéricas. Eis algumas das críticas com as quais estou em completo desacordo:




CRÍTICA: a SNI afirma que qualquer pessoa é potencialmente Buda ou Jesus, colocando-os no mesmo patamar através da mentalização.
CONTRA-CRÍTICA: a SNI não iguala o ser humano a estes dois messias. O que ela coloca é: o homem é um filho de Deus e por isto é perfeito e maravilhoso. Ao contrário de muitas religiões, ela não concebe Deus como uma força externa, no céu, e nós aqui embaixo, sofredores. Crê que Deus vive no interior do homem e que este não é o realizador das ações, mas sim, a força de Deus.

CRÍTICA: todos os homens são bons, segundo a SNI. E quanto aos ladrões, assassinos e terroristas?
CONTRA-CRÍTICA: existe aí uma radicalização, uma vez que a SNI argumenta que os homens são bons em sua ESSÊNCIA. Sobre isto assume o mesmo posicionamento referente a diversidade de religiões: todas são boas em essência, reservando a crítica as crendices e superstições.


CRÍTICA:
o homem é imortal. A SNI não admite a realidade da velhice.

CONTRA-CRÍTICA: os críticos entendem “velhice” por mero definhamento físico. Não é necessário ser teólogo para captar que este termo possui dimensão maior: refere-se a imortalidade do espírito, não do corpo carnal.


CRÍTICA:
SNI: o homem é a porta de saída de Deus, logo, Deus não tem como se manifestar senão por ele.

CONTRA-CRÍTICA:
a SNI valoriza o universo como um todo, e este é manifestação de Deus. Cabe ao homem por meio do perdão, gratidão e meditação, colher os bons frutos deste universo, que é Deus.


CRÍTICA:
a SNI se posiciona como a “salvadora da humanidade” e só surgiu em 1930. porque deixou a humanidade mergulhada em sofrimentos até então? O Deus da bíblia jamais abandonou a humanidade.

CONTRA-CRÍTICA: este posicionamento é lugar comum em todas as religiões. Criticar a SNI neste sentido nada traz de produtivo. A SNI não expõe, ao menos explicitamente, tal pretensão. Prega apenas a paz pela fé e pela oração. Com relação ao “abandono da humanidade em sofrimentos” até a década de 1930, me permito questionar: então, já que a Bíblia (que é a palavra de Deus) circula entre a humanidade (ocidental) desde muito antes do ano citado, o mundo já deveria ser muito menos egoísta e muito mais tolerante. No entanto, tudo o que se constata são debates inúteis a respeito de determinadas religiões que se preocupam em ser “melhores” que as demais.



Não existem religiões “melhores” e “piores”. Existem sim religiões diferenciadas. Cada uma com seus erros e seus acertos.





6 comentários:

Unknown disse...

Sempre tive vontade de ir conhecer a SNI... Qdo tiver um tempo irei. Acho bem legal!

Franciele Batistella disse...

olá!!
sou do RS... estava procurando sobre a seicho-no-ie e me deparei com o seu blog!! gostei muito das suas idéias e opiniões, são realmente inovadoras e despertam curiosidade...

Anônimo disse...

"Espiritualidade não é religião, a religião divide as pessoas, a esperitualidade as une "

Felipe Guimarães disse...

Seicho-No-Ie não passa de uma reles seita de autoajuda piegas e cretina, que "chupa" preceitos de outras religiões, digamos, mais corretas. Já frequentei seus templos aqui no RS - até em seminários fui. São meros curandeiros vendedores de sonhos...
Dia desses assisti na TV o programa deles, e fiquei perplexo co o depoimento de um membro. Disse ele: "Só por ter lido o livro A verdade da Vida deixei de tomar 7 remédios..." Ah, por favor, convenhamos...
Qualquer pessoa com um pouquinho de senso crítico se mantém distante desse tipo de falcatrua que é essa "filosofia de vida".
No frigir dos ovos, a SNI não se diferencia muito da Universal, Graça e Mundial. Pensem nisto!

Felipe Guimarães disse...

Seicho-No-Ie não passa de uma reles seita de autoajuda piegas e cretina, que "chupa" preceitos de outras religiões, digamos, mais corretas. Já frequentei seus templos aqui no RS - até em seminários fui. São meros curandeiros vendedores de sonhos...
Dia desses assisti na TV o programa deles, e fiquei perplexo co o depoimento de um membro. Disse ele: "Só por ter lido o livro A verdade da Vida deixei de tomar 7 remédios..." Ah, por favor, convenhamos...
Qualquer pessoa com um pouquinho de senso crítico se mantém distante desse tipo de falcatrua que é essa "filosofia de vida".
No frigir dos ovos, a SNI não se diferencia muito da Universal, Graça e Mundial. Pensem nisto!

Anônimo disse...

A Seicho No Ie é uma filosofia de vida, sem pré-conceitos. Um modo de viver em harmonia. Ps- Felipe a Seicho No Ie não tem Templos, acho que voC~e deve ter se confundido!! Tem Academias, onde realiza cerimonias e Palestras. Antes de fazer um comentário é melhor você se aprofundar no tema para não falar esse monte de Besteiras.
Muito Obrigada!