quinta-feira, 8 de setembro de 2016






Pensando aqui... Se os 54 milhões de votos na Dilma implicaram simultaneamente a eleição do Conde Drácula, é algo muito non sense que ele, nessa condição agregada, seja empossado como Presidente. Já que a decisão foi pelo Impeachment ele deveria sair, uma vez que os votos que elegeram a Presidente também o levaram a reboque, na aba mesmo, ao Palácio do Planalto. Dois pesos e duas medidas. O cargo de Vice-Presidente tem uma relevância considerável, tanto que nas demais hipóteses de vacância da Presidência, em detrimento dos demais substituidores eventuais (Chefes da Câmara, do Senado e Ministro do STF), o Vice é o único que tem caráter não transitório. O resto da gentalha é só pra tapar buraco... Além do que ele já estava lá, na cúpula, inteirado de tudo, sendo cúmplice, no mesmo balaio e por dentro da política julgada como criminosa pelo Senado. Se não por um papel ativo, que fosse condenado por ter sido omisso. Enfim... Um raciocínio talvez um pouco simplório, mas foi o que ocorreu aqui... Uma questão lógica talvez.

É bem provável que as medidas impopulares do Temer gerem muita insatisfação, aliás, já estão surtindo seus efeitos antes mesmo de se concretizarem. No entanto as pessoas estão divididas. Eu ainda não sei quem implantou a estratégia de "dividir para conquistar", mas a princípio parece estar surtindo efeito. Os brasileiros estão se acotovelando desorientados e sem consenso. Esta notícia que bombou hoje por aqui a respeito de uma certa, digamos, flexibilidade de créditos suplementares sem autorização legislativa torna difícil crer em quem professa um otimismo ético, afinal... A Dilma saiu por que mesmo hein? Tá um pouco complicado argumentar favoravelmente ao Conde Drácula... E segue o circo... Todos nós levando ferro no tobinha, que bonitinho! Enquanto todo mundo se esbofeteia, entre coxinhas e petralhas, os urubus vão só afiando as garras. Seus bandos de trouxas. #DividirparaConquistar.


quarta-feira, 9 de março de 2016

Pride, um grande filme!



Gente... Há tempos não via um filme que me emocionava e o de hoje quebrou o jejum...
#Pride, um filme inglês de 2014, conta a história de um grupo de amigos homossexuais que, em plena parada gay de 1984, resolve arrecadar fundos em solidariedade ao sindicato dos mineiros galeses que passam por dificuldades após quase um ano de greve. A graça da coisa toda é o tal sindicato ser extremamente rude e preconceituoso (como quase toda a sociedade à época). Este argumento me motivou a assisti-lo. 




É uma comédia leve tratando com muita sensibilidade de assuntos delicados: Autoaceitação, a ascensão do HIV, tolerância, crise econômica, preconceito e sobretudo fé numa sociedade mais evoluída, num tom bastante positivo, evocando ao longo de todo o enredo a possibilidade de sermos pessoas melhores. Roteiro belíssimo, consistente do começo ao fim, sem perder a mão em nenhum momento.



O mais bacana (e eu apenas soube ao final do filme) é que foi baseado numa história real: Em junho de 1985 a parada gay foi liderada pelos mineiros de Gales num espetáculo de solidariedade pelo apoio que receberam do "GLAM" (Gays e Lésbicas Apoiam os Mineiros). Um ano após a greve terminar uma moção foi apresentada na conferência do Partido Trabalhista para incluir os direitos dos gays e lésbicas no manifesto do Partido. E foi aprovada graças ao apoio do Sindicato Nacional dos Mineiros.

Pride já é desde agora um dos meus filmes preferidos. O cinema decepciona muitas vezes mas quando emociona é algo realmente encantador.
Assistam! Recomendo demais, é lindo! Emocionante! Assistirei novamente logo logo!!!!! 
Emoticon heart

domingo, 22 de novembro de 2015

Hidra


   Pensando aqui na prisão do casal que mantinha no ar o Mega Filmes e se isso irá mudar as práticas de download na rede. Acredito que não. Irão punir um zé ruela aqui e outro ali mas a tendência é o crescimento. 
   Lembro quando, por exemplo, o download de músicas começou aqui na internet através do Napster. Foi um quiprocó dos infernos e nitidamente me vem à lembrança o Metallica processando diversos usuários e a empresa desenvolvedora do software... Pois é né... Então... Daquele tempo em diante foi aberta a caixa de Pandora, o verdadeiro inferno de quem faturava às custas dos artistas que dependiam de uma gravadora pra dar projeção aos seus trabalhos. Hoje os padrinhos e as caixinhas fechadas que impulsionavam artistas ao sucesso ou ao fracasso já não são mais prioridades. 
   Embora seja uma mídia bem mais complexa o cinema deverá seguir pelo mesmo caminho com muita gente esbravejando contra o não pagamento de direitos autorais, de exibição e outras coisas. Não adianta mais ser antagonista. O "estrago" já foi feito. A internet criou uma gigantesca e indomável demanda por downloads e mesmo que um ou outro site seja extinto a própria rede age como a Hidra: Corta-se uma cabeça, nascem duas. Enfrente o monstro e seja engolido por ele. 
   O cinema, assim como a música, irá arranjar uma maneira de canalizar recursos e se alinhar com o passar do tempo a esta nova ferramenta. Aliás, a mais democrática que já se viu até os dias de hoje.     Não é mais válido discutir sobre o viés legal da coisa toda. Quem está certo? Os que produzem e exigem seus direitos? Pode até ser, e eu compreendo, mas o fato é: Os downloads se consolidaram e a necessidade já foi criada. Quem contesta nada mais pode fazer pra conter essa expansão e só lhes resta encontrar maneiras de faturar uma grana sendo parceiro da rede através de exibição de contratos publicitários ou qualquer outro caminho. 
   Onde houver quem consuma haverá quem disponibilize independentemente de qualquer princípio ético, princípio este que aliás a internet conseguiu relativizar por ampliar o mundo intelectual de bilhões de pessoas com conhecimentos até antes dela muito restritos. 
   A legislação do mundo analógico, da época do papel não tem potencial pra coibir efetivamente essa nova prática social. Na minha visão é uma galera que está presenciando a transição dos costumes e resiste a eles por seus interesses. 
   Daqui pra frente é fato consumado: A lei não irá mudar a internet. A internet irá mudar a lei.

sexta-feira, 13 de março de 2015

VOX POPULI VOX DIO


Remember the 15... Sobre a manifestação de domingo, acho super válida e sobretudo necessária. Aliás, acho do caralho! Apesar de ser o canal mais efetivo não é apenas nas urnas que se colocam em xeque o temperamento popular... Não, não pode ser, há outras vias, não podemos ficar engessados por quatro anos feito uns imbecis tolerando descasos e deboches. Fora as discussões sobre possibilidades legais ou não do impeachment, mais importante que entrar neste mérito é que as pessoas se mobilizem e somem nas ruas mostrando seu descontentamento e exponham o atual governo a um tal constrangimento que torne inviável um futuro retorno ao poder nas próximas eleições e que isso não vá de encontro apenas ao PT mas a qualquer outro grupo corporativista nojento que por ventura esteja governante. Que as mobilizações tomem proporções cada vez maiores. Pode ser a esperança de uma semente que vai germinando num processo gradual. Devagar porém constante.






Temos sim todo o direito do mundo de constrangermos, chamarmos de ladrão (e até usarmos demais adjetivos não tão elegantes ou óbvios), vaiarmos, disseminarmos por todos os meios que tivermos às mãos a publicidade vexatória e VERDADEIRA que não é aquela mostrada na programação oficial do partido. Nós vivemos a realidade e todos nós sabemos que ela não está lá bela e confortável como a das famílias felizes das propagandas de margarina e dos pronunciamentos oficiais. Dão quase na mesma.




Passou da hora das pessoas cultivarem e despertarem para o fato de que elas têm voz. E sim, estão descontentes? Protestem! Farei o possível para estar presente. Não sou maniqueísta, não acredito na visão do combate entre o bem e o mal e muito menos entre partido A versus partido B como muito se diz por aqui... Acredito que se a emenda está pior que o soneto precisamos demonstrar isso. O foco é o descontentamento com a banalização de toda a excrescência arremessada na nossa cara cotidianamente.




Nada... Absolutamente NADA pode servir como argumento que desestimule e vá contra o fato das pessoas confabularem e terem iniciativa ao levantarem suas bundas das cadeiras e em uníssono nas ruas exponham suas opiniões. É lá que se produz a mídia negativa contra os vermes que nos roubam a cada dia debaixo dos nossos narizes.




Não sou o Sr Perfeição, tenho meus defeitos e também erro mas cultivo uma vida honesta, trabalho exaustivamente pelo meu salário sem puxar o tapete de ninguém, procuro ser correto com as pessoas e ter uma vida digna com muito, muito esforço em meio à preocupações e incertezas sob um governo que não te garante nada de positivo, num país onde ser honesto é sinônimo de ser otário, onde sua palavra não tem valor e você precisa assinar pilhas e pilhas de papéis... Muita dedicação ainda vem no meu caminho pra que tudo melhore ainda mais... é ter fé e disposição... Independente das suas inúmeras diferenças entre nós quero crer que hajam mais pessoas com esses princípios. E que estas se mostrem dispostas a somar suas vozes neste coro.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Aproveitando pra deixar o link da minha galeria de imagens no Flickr. Fotografia, uma das minhas paixões: https://www.flickr.com/photos/ruilemes 

Geralmente aos fins de semana atualizo.

Sejam muito bem-vindos e espero mesmo que gostem!
             Olá pessoas! 


            Pausa recorde entre publicações e cá estou eu praticamente meio que desvirginando a página. Neste meio tempo muita água passou por debaixo da ponte. Vivências das mais diversas e principalmente ponderações... Talvez esse ponto tenha causado minha mudez sem pressa pra voltar.

            Tenho essa característica: acabo me tornando introspectivo quando alguma questão soca meu cérebro até que ele vire arroz. Ocorre um impasse histérico interior entre o que se tem a fazer na teoria o que se pode fazer na prática, aguardando algum momento estratégico pra arregaçar as mangas e fazer a vida andar pra frente.

             É muito relevante a possibilidade de voltar a estudar. Faz um certo tempo ando me cobrando absurdamente nesse sentido e não é mais possível protelar. Tenho muito gás ainda, facilidade de administrar o tempo, não sou viciado em internet... Possuo alguns pontos a meu favor. Basta torná-los maiores, indo de encontro ao nosso velho ranço da autossabotagem. 

        Hora de estabelecer um padrão de igualdade entre inspiração e transpiração. A vida sem objetivos é enfadonha.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Letargia Internética...





Sintoma usual e perceptível é o apego destemperado pelas redes sociais. Ultimamente todos ficamos demasiado conectados, creio eu. No dia a dia basta olhar em volta e enxergar a massa de gente mergulhada numa letargia que por vezes irrita: Há pessoas incapazes de largar por minutos o celular em prol da bela conversa numa mesa de bar, por exemplo. Existe uma interação virtual que tem deturpado o mundo em que vivemos, o mundo real. Ironicamente um sistema elaborado para conectar pessoas possui em efeito colateral indesejável ao conectar os distantes e desconectar os próximos. Porém, a culpada seria a própria rede ou as pessoas que fazem uso equivocado? Fico com a segunda opção. Em qualquer brecha de tempo que se tenha tá lá o sujeito encalacrado na telinha luminosa.



Uma frase coerente, já citada numa ocasião qualquer aqui do blog: A medida entre o remédio e o veneno é a dose. Pois é... Eu, numa perspectiva crítica vejo que boa parte dos internautas tem usufruído de generosas goladas dessa fonte internética, que os infectaram com a síndrome do "vamos marcar!" (e ninguém marca nada). Andam meio cegos ao que lhes acontece no cotidiano, perderam o gosto por papos de besteirol em companhia de gente que se pode tocar. Uma vida social de sofá mesmo, onde qualquer coisa que transponha o curtir, o comentar e o compartilhar dá muito trabalho. E ficamos assim, um bando de sedentários revoltados pensando sobre qualquer assunto: "Mas que absurdo! Vou compartilhar isso no Facebook!". Sim... Esta é, na maioria das vezes, nossa atual reação ofensiva sobre um tópico desconfortável. Cliques que moverão céus e terra. Ah sim, ok...


É uma questão de medidas. Sou usuário de redes sociais desde o começo, aliás, mesmo antes delas existirem já usava meu e-mail como uma poderosa ferramenta de comunicação. E então vieram os blogs, fotologs, Orkut, Twitter, Facebook. Embarquei sempre com restrições pra que minha vida não girasse em torno de algo que tem como serventia a comunicação, como se fosse um telefone mesmo. Consigo abordar todos os meus amigos numa só tacada e dar o recado sem haver necessidade de ligar para cada um deles em separado. Essa é a funcionalidade essencial da coisa e a razão da existência de praticamente tudo o que receba o rótulo de "rede social". Uso como conexão com os camaradas, deixando de lado o hábito doentio de transmudar minha vida num telejornal em que tudo precisa ser exposto. Obviamente compartilho o que me interessa e o que acho que interessará aos demais usuários, só que com uma divisão de tempo, um certo cuidado pra não ver o dia passar sem que nada mais seja feito. Uma nesga virtual. E só. Redes dão uma projeção bacana ao que se deseja dividir, porém, muitos caem na armadilha de dar ao processo um quê de paranoico.


É algo que te auxilia, mas que não pode te dominar. É explícito o uso espalhafatoso. Andam exagerando na dose e nano-arrobinhas penetram no DNA diariamente. É o prisma central de muitos. Honestamente não consigo me imaginar viciado em coisas assim. Outro dia conversava com um amigo e ele me disse que já existem doenças no campo da psicologia pós internet, catalogadas inclusive (porque será que não me surpreendi com a notícia?). Estamos vivendo num mundo fantasioso em que tudo é facilitado: Funcionalidades diversas deixam o cérebro preguiçoso, penso eu. Tudo já vem pronto e até o hábito da escrita por iniciativa do internauta é castrado por opções do tipo "marcar" em que as frases e estados de espírito vêm prontinhos, formatadinhos, pra que eu marque um X no que quero publicar. Afinal, qual é o porquê de eu raciocinar elaborando frases se já tenho a minha disposição um emoticon alegre, um triste, um pensativo, um ansioso e etc e tal? Escrever vai me deixar fadigado...


Nem tudo são trevas e quando digo que é uma questão de medidas há que se refletir também sobre o aspecto positivo: A respeito de todas as manifestações populares contrárias à corrupção, percebemos como nunca antes o poder midiático das redes sociais. Já tínhamos toda uma mídia paralela montada e me parece que só agora nos demos conta da projeção monstruosa que elas têm a nos oferecer, percebendo que não estamos mais atados aos noticiários com roteiros pré definidos das emissoras de tv. Muitos políticos que usufruiriam das redes para fazer aquela média bacana com os eleitores já viram seu prestígio escoar pelo ralo (se é que alguma vez foram legitimamente prestigiados). Este é um aspecto inovador num universo que é tão mais do mesmo. Bem ou mal, independente do desenrolar de tudo o que é discutido, fato concreto é que existe um poder de mobilização espantoso. Basta querer realizar na vida real. #ogiganteacordou , teve um leve espasmo e retornou aos braços de Morpheu. Falta mais um balde d'água fria na cara desse displicente continental.

Vamos ver se daqui abriremos uma brecha e daremos um fôlego renovado a algo que é útil, embora banalizado. Quem sabe?

O jeito é aguardar. E que a emenda saia melhor que o soneto! Tomara.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

AH RIDLEY, SACANAGEM PÔ!







Algo não tão atípico: Aquele sábado tedioso que encaramos eventualmente. Parada obrigatória? A convidativa locadora (sim, eu alugo filmes). Plantado, criando raízes e varizes em frente às estantes carregadas de títulos que eu esquadrinhava sem muito interesse, buscando a companhia cinematográfica da noite. Após a varredura encontrei algo que aguçou minha curiosidade: A minissérie Mundo Sem Fim, baseada no livro homônimo do Ken Follett, um escritor que acho fodástico.



O livro Mundo Sem Fim é excepcional e eu já esperava por isso quando comecei a lê-lo. Follett escreve magnificamente bem e consegue prender minha atenção fazendo com que eu grude no livro feito Marcelo D2 num charuto de maconha até a última linha. Isso aí  foi determinante pra que a minha expectativa fosse não menos monstra  para a versão televisiva. Na capa há uma referência animadora: Produzido por Ridley Scott, o cara responsável por nada mais nada menos que Gladiador, Alien, Blade Runner, e outros mais... Isso já fala por sí não é? Com essa referência bombástica anunciada, dvd em mãos, parti, feliz da vida, ansioso por assistir.

#SóqueNão. Bastou apertar o play e, poucos minutos após achar a cenografia externa interessante, acabei me perguntando o que era aquilo. A expectativa positiva se esvaneceu conforme o enredo se desenrolava diante dos meus incrédulos olhos. Gostaria de saber que tipo de alucinógeno os roteiristas usaram quando decidiram migrar de campos tão distintos. Concordo que televisão e literatura são veículos diferentes e que cada um lança mão das suas ferramentas ao se contar uma história, porém, precisavam deturpar tão exaustivamente o livro? Soou mais como plágio cretino.

Os produtores sacanearam a pequena cidade de Kingsbridge. Trollagem nível sênior.

Os personagens, com um background tão bem trabalhado pelo autor são reduzidos a uma simplicidade banal. Com frequência chegaram a trocar as falas dos personagens e eu pensava alto dizendo: Hei! Esta fala não é dele! Quando vi que assassinaram a construção dos personagens saquei que era a maior furada.  Anularam a fórmula-chave que faz com que nossa imaginação funcione: Conseguir visualizar com nitidez os sujeitos da história com suas bondades, malícias, contradições, genialidades e burrices... Sério, ficou semelhante àquelas "superproduções" mequetrefes da Rede Record.

Mundo Sem Fim, como todo romance histórico, tem seus sujeitos centrais: O artesão Merthin e seu irmão cavaleiro Ralph, Caris, filha do mercador mais rico da cidade, Gwenda, uma camponesa pobre, Godwin, o futuro prior, Thomas, o monge e ex-cavaleiro e Philemon, ex-noviço e então vice-prior. A minissérie conseguiu distribuir heresias à torto e à direito.

Alguns exemplos pra ilustrar melhor:

O Prior Godwin tem ímpetos sexuais. Completamente fora de contexto. O personagem é marcado pela devoção religiosa doentia. Ser devoto não o redime de seu lado execrável, figurando como o vilão em primeiro plano: É mau caráter, tirânico, materialista, egoísta. Sua obscuridade carola não inclui depravação sexual. Chegaram ao cúmulo de gravar uma cena em que Godwin acaricia os seios de Caris enquanto ela dorme.

Falando em Caris, na série ela é casada com Elfric, construtor oficial da catedral de Kingsbridge (vilão secundário): Aqui uma troca de papéis e distorção das características peculiares. Caris se sobressai no livro pelas suas opiniões vanguardistas, recusando-se a ser uma mulher casada e submissa. Questionadora dos valores tradicionais, sociais e religiosos. É turrona e seu temperamento inflexível é o eixo das confusões entre ela e Merthin, que formam um casal ao longo da história. Quem se casou com Elfric foi Alice, irmã de Caris, que, na série, não existe.

Merthin era aprendiz de Elfric, que logo o demitira. Até aqui tudo beleza. Só que o motivo da demissão foi trocado, e com isso, uma parte bem legal da narrativa se perdeu: Na série, o patrão tem uma crise de ciúmes por Merthin ter mais desenvoltura e competência na profissão e também por ciúmes de Caris. No livro, no entanto, é diferente: Alice e Elfric têm uma filha, Griselda. Ela e Merthin passam uma noite juntos e logo se descobriu que a moçoila engravidara. Elfric tem sim um acesso de fúria pelo talento de seu empregado e também pela “violação” de sua filha. Demitido, sem perspectivas, Merthin parte para Florença.


O desabamento da ponte de Kingsbridge: Enquanto a ponte despenca, o pânico das centenas de pessoas é bem reproduzido até darem patinadas grotescas no roteiro e há novamente uma troca de ações. Contrário ao livro, Petranilla, mãe de Godwin, mata por afogamento o Prior Anthony, o chefão da catedral. No livro isso ocorre, embora seja Gwenda quem afoga um fora da lei estuprador que a persegue após ser vendida a ele por seu pai. Petranilla é bem mais sofisticada, disposta a fazer seu filho o prior. Sua peculiaridade no livro: Ser sagaz. É uma estrategista, não uma assassina. Outra: O que causa o desastre da ponte é o peso excessivo da multidão. O que conduz todos até lá é a humilhação pública da suposta bruxa Crazy Nell e não o enforcamento de Mattie Wise. Da primeira, nem sinal, sequer uma ponta como figurante. Da segunda, uma condenação e enforcamento por bruxaria que surgiu do nada.


Kingsbridge é conhecida pela seu famoso evento anual de tecidos, a Feira do Velocino. Aqui também vi erros que, pra quem leu o livro, não deixaria de estranhar: Ralph tem seu nariz quebrado por Wulfric, noivo de Annett, (uma bela camponesa) num arranca-rabo. Ralph age grosseiramente e acaricia os seios dela, tomando em troca uma bela surra do grandalhão. Ok. Bate com o que Follett escreveu. A diferença é que na versão de tela Annett se derrete pelo arrogante cavaleiro enquanto no original ela não dá a mínima.

Isso tudo aqui no primeiro capítulo. Sobre os restantes, pelo que vi, já é possível ter uma noção de quanta coisa legal limaram. Posso até assistir aos demais episódios, sendo que desta vez já fico escaldado sem esperar nada de excepcional.

Ah, e a caracterização não foi bacana. Follett descreve fisicamente cada integrante da história e mesmo assim, a despeito destas informações, o fisique du role foi um ponto a menos também. Apenas Merthin, Madre Cecília e Godwin tiveram algo de mais interessante que correspondesse ao imaginário (ao meu pelo menos).


Enfim, eu fiquei decepcionado com o roteiro. Esperava que houvesse o mínimo de fidelidade à obra original. “Adaptação” pode não significar que se siga letra a letra uma obra literária e até pode redimir de críticas os realizadores. Mas na minha modesta opinião, se uma equipe se propõe a ter como base um livro tão legal e envolvente, porque não usufruir de um jeito mais proveitoso da narrativa? Podem ser econômicos em muitas partes pois não deve caber no orçamento e numa minissérie de uns poucos capítulos uma maçaroca de 930 páginas... Só que... Será mesmo impossível extrair as ideias bacanas de quem escreveu?

Assisti a uma entrevista do Ken Follett onde ele afirma que os leitores amaram tanto Os Pilares da Terra que ele não teve sossego até começar a escrever uma continuação (Mundo Sem Fim). Foi um trabalho prazeroso embora muito exaustivo, segundo palavras dele. Poderiam ter valorizado mais o esforço do autor ao escreverem para a TV.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Fatia do meu cardápio musical: Bangalore Choir





Bangalore Choir. Tá aí uma mais uma daquelas bandas que lançam um álbum com ótima qualidade de gravação, músicas excelentes (os refrões pegajosos), visual Rock n' Roll de primeiríssima e potencial para muitos outros trabalhos relevantes... Só que... Somem do mapa!

Início da década de 1990. Muitas bandas do gênero Hard Rock "farofa", como se costuma dizer por aqui, apesar da indiscutível qualidade, foram fadadas ao anonimato. Dá pra dizer que foram grupos certos em épocas erradas.

A indústria fonográfica buscara outro direcionamento. O panorama musical muda drasticamente quando a sonoridade grunge toma espaço. Bandas icônicas como Nirvana, Soundgarden, Pearl Jam e Alice in Chains por exemplo, com seu som sujo, direto e despretensioso, caem no agrado do grande público. O que provocou logicamente uma guinada na prioridade mercadológica musical mundial. Foi um efeito dominó. Na contramão dos anos 80 o Hard Rock já não era o foco. Sinteticamente foi o que ocorreu.

Depois desse preâmbulo voltemos ao Bangalore Choir: Liderada pelo vocalista David Reece (ex-Accept), "On Target" é seu grande álbum. Lançado em 1992. Com canções co-escritas por John Bon Jovi, sai do forno este trabalho fora de série. Apesar de todo o mérito merecido a banda não tem a repercussão esperada. O que é lamentável ao ouvi-lo. Destaque para "Angel in Black": Uma farofa digna de amor à primeira audição (foi o que ocorreu comigo e com outros, tenho certeza). Seu refrão se repete incansavelmente por dias à fio na mente dos mais Rockers apreciadores do estilo.







Faixa 1 - All or Nothing:
http://www.youtube.com/watch?v=NEf0-Mmne6g









Zappeando pela internet tive a feliz notícia de que a banda retomou suas atividades: Em 2010 eis que surge o álbum "Cadence", uma mostra de que o Bangalore Choir tem ainda muita lenha pra queimar. Foi uma ótima surpresa ouvir todas as faixas e - óbvio - fazer o download. Prova de que os caras têm potencial e a força das circunstâncias sufocou um ressurgimento menos tardio.

"Cadence" tem a mesma cara do seu antecessor: Musicalidade apurada, bom gosto na escolha do set list, solos marcantes, David Reece com sua voz rouca ao estilo David Coverdale, refrões grudentos e riffs idem. Uma mescla hard/heavy impecável.  "Power Trippin", "Sweet Temptation" e "Martyr" são de arrepiar a peruca!






Faixa 3 - Martyr:
http://www.youtube.com/watch?v=0tbpXVLfQqU







Não satisfeitos (oba!) em 2012 é lançado o sensacional  "Metaphor", um álbum hard com mega pegada roqueira, daqueles lançamentos que - raras exceções à parte - não acontecem há muito tempo. Calcado na mesma qualidade dos dois álbuns anteriores. Acertou no alvo mais uma vez.  Na verdade todas as faixas são de altíssima qualidade, porém, mesmo assim eu destaco "Trojan Horse" , "Don't act surprised" e "Civilized Evil" pra quebrar tudo.








Faixa 2 - Trojan Horse:
http://www.youtube.com/watch?v=9UHGc1cWg1s









O título de 1992 foi um tanto quanto profético, eu diria. "On Target" caberia perfeitamente a qualquer um dos três álbuns, sem medo de errar.

Bangalore Choir está naquela galeria das ótimas bandas que (quase) ninguém conhece e que compõe prazerosamente meu cardápio musical. Desce redondo. Aumenta que isso aí é Rock n' Roll!!!!!!!!!!!!!!!!!!




Membros:
David Reece  - Vocal 
Andy Susemihl - Guitarra
Curtis Mitchel - Guitarra
Danny Greenberg - Baixo
Rene Letters - Bateria



quarta-feira, 18 de julho de 2012

SEGUINDO COM A AUTO-LAPIDAÇÃO

                


             E aí pessoal, como estão? Tudo em paz? Pra não perder o costume: Pausa alongada até uma recente atualização. Contratempos pelo caminho. Alguns dignos de deleite e outros nem tanto assim. Muito trabalho, leitura, filmes, coração partido (e já pronto pra outra), amigos, e por aí vai. No fim, sou grato por tudo.

           
               Apesar das primeiras palavras denotarem uma rotina neuroticamente agitada, não se enganem. Desacelerei. É... Tenho de admitir: Estou envelhecendo. Además esta fase da vida - a dos trinta e poucos anos - É ótima se você a encara com bons olhos, respeitando a si mesmo e vivendo conforme o ritmo que se impõe naturalmente.


             Sequer saberia me rotular. Não obstante o tal Balzaquianismo (afanando o gênero) já ter se apossado do meu espírito faz cinco anos não consigo me colocar numa ótica típica de objetos da antiguidade. As noitadas em que beijar na boca e dar uma trepada são obrigações implícitas em meio à macholândia (quando em muitas dormi abraçado e carinhando a pia expurgando toda a vodka ingerida) foram substituídas por coisas mais, digamos, refinadas. Se é que posso denominar assim. Acho que são. Noites em claro em pleno 2012? Sim! 100% favorável. Só que necessito de pretextos, no mínimo, extraordinários.


            Aquele frenesi passou. Ter de socializar a todo momento com todos virou um porre. O meio social anda circunscrito. Qualidade sim me enche os olhos. Quantidade ausente de valor e imersa na superficialidade não conquista mais. Prefiro estar com amigos chegados numa tarde tranquila a encarar muquifos barulhentos, namorar a ficar, ouvir Jazz e abrir meus horizontes musicados, por exemplo, são traços incorporados a mim instintivamente. O desenrolar da vida foi me colocando em patamares inimagináveis dez anos atrás, por exemplo.



          Rabugice? Não. É certo que os os trinta e poucos anos vão trazendo em si algumas manias, ok, vamos admitir isso. É coerente. Só que sempre há dois lados pra tudo. Ao menos avanço em idade e sinto que  - como disse - refino os programas. Aprendi a tirar coisas gostosas de pontos que não achava tão relevantes. Essa é a vantagem do contexto. Valorizo meus bons amigos e levo o amor mais a sério. A marcha do calendário me fez bem e sinto-me privilegiado por me achar mais bonito, interessante, amadurecido e forte. Sobretudo por ter acumulado tantas experiências ao longo da vida. Não foram poucas.



         Em tempo: Sou jovial e tenho energia de sobra. É questão apenas de canalizá-la. Reduzo tudo a uma mera e simples mudança de parâmetros. Continua inteira, intacta. Praticamente um garotinho de boné que passa a vida a subir em árvores e correr pela grama. Isso soa mais como uma informação concreta que como metáfora. Graças a Deus.


                       





segunda-feira, 9 de julho de 2012

Minha galeria fotográfica, sejam bem-vindos sempre por lá também: http://www.flickr.com/photos/ruilemes

sábado, 7 de abril de 2012

Mais um voo



      Olá meus queridos! Tudo em paz com vocês? Minhas pausas blogueirísticas têm se estendido, sei disso. Por favor levem em consideração os ventos da mudança que vêm soprando afortunadamente meu cotidiano. Estes foram os responsáveis pelo meu hiato por aqui. Nesta semana (especialmente Sexta-feira) recebi um pacote considerável de emoções muito bem embrulhado. Dentro dele... Ah... Coisas maravilhosas.



       Dentre elas a possibilidade de vislumbrar um novo horizonte profissional. 

     

      Nesta semana me desliguei da Família INFRAERO devido à outra oportunidade de trabalho. Porém não imaginem que foi um dia dos mais fáceis para mim. Fiz grandes amigos e, como não poderia deixar de ser,  meu último dia foi de partir o coração. A saudade insistia e já se antecipava lá pelas primeiras horas do batente. Despedidas sempre são algo problemático na minha vida!



     Este emprego teve um significado expressivo: Ele me resgatou da instabilidade que me atormentou por tanto tempo e por esta razão tenho uma dívida de gratidão com este lugar tão querido e que me recebeu de braços abertíssimos. Fui realmente acolhido por grandes pessoas. Sou um cara de sorte.



      Agradeço de verdade aos amigos que fiz enquanto permaneci na empresa. Uma gente espetacular que sempre esteve ao meu lado, me auxiliando, se metendo na minha vida pessoal, aconselhando, rindo das minhas palhaçadas e tirando um sarro também, reparando nas minhas manias, compreendendo, corrigindo... Enfim... Uma parceria que se estendeu a algo bem maior que uma simples companhia profissional.


      Percebi que todos estavam tristes pela minha saída mas ao mesmo tempo felizes pois estou indo para usufruir de uma nova oportunidade, mergulhando em outro ciclo que se inicia.

       Não poderia jamais deixar de expressar a minha felicidade ao ouvir, no final do meu último expediente, palavras tão carinhosas (ah, e a torta estava uma delícia!). Meu coração quase saiu pela boca ao fechar a porta do escritório pela última vez. Mas que fique claro: Fechei-a como funcionário mas a abrirei costumeiramente como amigo para visitá-los.


       Muito obrigado por tudo! 


domingo, 18 de dezembro de 2011

More of That Jazz...





     Constantemente busco ampliar meu leque musical, exercitando, por assim dizer, meu lado "Retrô". Afinal de contas, o passado está lotado de boas referências. Os grandes artistas que fizeram história estão todos lá. Revisitá-los é inevitável e cumpro tal missão com gosto. Belíssimas vozes e grandiosas melodias preenchem os muitos anos passados. Sou um grande fã, especialmente de Jazz. 
    Graças à internet e aos muitos downloads disponibilizados na rede tenho podido me deliciar com raridades que, creio eu, jamais teria conseguido  adquirir à maneira convencional. Um sem número de coisas têm me chegado aos ouvidos e tenho tido pouco tempo para absorver tudo. 
       Posso de imediato escrever algo breve a respeito de três maravilhosas cantoras: Ma Rainey, Bessie Smith e Alberta Hunter,  que são exemplos nítidos de musicalidade maravilhosa. Expressam com perfeição o que quero dizer.



Ma Rainey (1886-1939). Cantora conhecida como “Mãe do Blues” foi pioneira, sendo uma das primeiras a gravar suas próprias canções. Ao lado de inúmeros músicos excepcionais – dentre eles Louis Armstrong - já angariava fama sendo uma das mais conhecidas artistas sulistas dos EUA de sua época. Espetáculos itinerantes, uma voz poderosa e um estilo de vida nada convencional lhe renderam expressiva projeção e uma contratação pela Paramount. Tratando-se de influências, seu trabalho formou uma base sólida para a posteridade. Pode-se dizer que o Blues praticamente se originou a partir dela e de mais um número seleto de artistas. Tenho ouvido bastante suas músicas e posso destacar como preferidas: “See see rider”, “Daddy goodbye blues” e “Don't fish in my sea”.



      Bessie Smith (1894-1937). Cultivou estreitas relações com Ma Rainey e Alberta Hunter. A primeira ajudou-a a aperfeiçoar sua presença de palco enquanto Hunter, em muitas ocasiões, atuou como sua compositora. 
     Nascida em Chattanooga, de vida pobre e difícil, foi forçada pelas adversidades, para sustento de sua família, a se apresentar com o irmão pelas ruas de sua cidade. Ela, com dança e voz e seu irmão ao lado acompanhando-a ao violão. 
   Poucos anos depois, este mesmo irmão entrou para um grupo musical e conseguiu incluir Bessie como dançarina e não cantora. Certamente por Ma Rainey já estar presente e ocupar o posto no vocal.
Na década de 1920 atuava em peças musicais na Broadway. Chegou a ser uma das artistas negras mais bem pagas de sua época. Contratada pela Columbia registrou aproximadamente 160 canções, tendo também a companhia de Louis Armstrong no casting de músicos.“Rainha do Blues” foi o apelido dado pela gravadora. “Muddy water”, “Trombone cholly” e “Take me for a buggy ride” são mostras do ótimo trabalho de Bessie.



       Alberta Hunter (1895-1984). Começou sua carreira aos doze anos de idade. Diferentemente, teve uma vida longínqua quando comparada às suas colegas de palco. Apesar disto, sua carreira é marcada por uma longa pausa: Hunter permaneceu distante do showbizz por cerca de vinte anos. 
     Trabalhando como enfermeira após a morte de sua mãe, retornou em 1977 com idade já bastante avançada. Fato que não a impediu de realizar muitas apresentações com impressionante vitalidade até 1984, ano de seu falecimento. 
       Foi a primeira cantora negra a gravar com músicos brancos. Também trabalhou com Louis Armstrong. Exemplos maravilhosos do seu legado são “Darktown strutters ball”, “My handy man” e “My castle's rockin”.


Espero que tenham gostado. Um abração a todos e até breve! Fiquem na paz. 

sábado, 19 de novembro de 2011

Volto logo!

Enquanto não atualizo o texto deixo esta foto pra vocês.


Amanhã rabiscarei algo para postar no blog. Já passou da hora de atualizar.


Um abração! Fiquem na paz e até breve!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O SÍMBOLO PERDIDO

"São os olhos a lâmpada do corpo. Se teus olhos forem bons, todo o teu corpo será iluminado."     Mateus 6, Versículo 22.








   O Símbolo Perdido. A exemplo dos livros anteriores, este não me decepcionou em nada (ao contrário dos filmes, que são uma porcaria). Embarcando pela mesma temática ao estilo "Teoria da conspiração", ele conseguiu unir mais uma vez elementos que despertam a curiosidade: Símbolos secretos, mensagens cifradas, reviravoltas, ação, adrenalina e surpresas ao final. 


    Robert Langdon, o conhecido simbologista, é convidado de honra de seu amigo Peter Solomon (influente maçom, membro das mais ricas e tradicionais famílias americanas: Os Solomon), para dar uma palestra no Capitólio dos Estados Unidos. Ao chegar, percebe que tudo se tratava de uma farsa. Ele havia sido enganado por um iniciado Maçom (Mala'kh), que traiu a irmandade, infiltrando-se nela em busca dos segredos mais preciosos: Os antigos Mistérios. Este é o fio da meada... Por aí vai...  Não vou aqui, narrar a história! Leia o livro!

   Embarcando num tema corrente nos dias atuais, o enredo é atraente. O tema agora é a maçonaria. Em meio aos Maçons e seus rituais, Dan traz à tona um suposto segredo guardado com esmero. As antigas profecias guardadas pelas mais diversas culturas. A despeito de distâncias temporais e idiomas, o ponto central entre elas é comum: Mudanças no ar. Passados séculos caminhando pelas sombras, a humanidade chegara a uma encruzilhada, decisiva e prevista desde muito tempo. A escuridão invadida pela luz, com revelações nunca antes expostas. Seria uma última oportunidade de desvio em direção à sabedoria.

    Afinal de contas, que "novo portal" seria este? Um saber secreto surgido no antigo Egito e transmitido ao longo dos tempos. Clandestino, ressurgiu na Europa renascentista, sendo confiado a um grupo de cientistas, pertencentes à Real Sociedade de Londres, apelidada de "Colégio Invisível". Este colégio teve ilustres participantes: Isaac Newton, Francis Bacon e até Benjamin Franklin. Nos novos tempos, membros não menos renomados fizeram parte dele: Einstein, Celsius, Hawking. Um conhecimento que, de acordo com Newton, "deveria ser guardado sob total silêncio, com o risco de grandes danos a todo o mundo."

    O autor mescla misticismo com ciência e, nada mais emblemático nesta fusão que a tal Ciência Noética, nome que deriva do grego "Nous" (algo como conhecimento interno ou consciência intuitiva). Os cientistas dessa vertente relativamente nova buscam elucidar questões há muito questionadas: A alma existe? Ela pode ser medida? O pensamento influencia o mundo físico? A Noética, a grosso modo, busca o ponto de interseção entre misticismo e ciência. 


      A mente domina a matéria.


     Conforme o enredo, o ano de 2001 teria sido muito especial, responsável por um salto exponencial nos estudos noéticos, pois, a partir dele, com atentado terrorista de 11 de setembro. Cientistas descobriram que à medida que o pensamento amedrontado de milhões de pessoas se uniam, os aparelhos chamados "geradores de efeitos aleatórios" espalhados pelo mundo, tornaram-se expressivamente menos aleatórios.  A junção de milhões de pensamentos afetou a aleatoriedade dos aparelhos, organizando as leituras e criando ordem a partir do caos. Ordo ab Chao.


    No livro é representada pela cientista Katherine Solomon (irmã de Peter Solomon), uma das responsáveis pelas revolucionárias pesquisas sobre a alma humana. O resultado dos seus longos anos de estudos estavam prestes a converter os pensamentos que perduram durante séculos.


    Óbvio, o livro não se atém ao que estou dissertando, tendo uma série de curiosidades interessantes. A questão é saber onde está o limite da ficção e o da realidade. Conforme o autor, todos os rituais, informações científicas, obras de arte e monumentos citados neste romance são reais. O mesmo é dito sobre o Centro de Apoio dos Museus Smithsonian (onde trabalha Peter) e o Instituto de Ciências Noéticas. De fato, conforme fui devorando esse delicioso livro, procurei dar umas olhadelas na internet, confirmando o que ele diz. Tudo verdade.

    Gostei especialmente da parte que se refere às supostas mensagens ocultas da Bíblia, através de mensagens cifradas, as famosas parábolas. Muitíssimo interessante! E é um belo exemplo deste encontro entre ciência e espiritualidade que o livro se propõe a colocar. Há muitas e muitas referências. Citarei apenas algumas pra que esse texto não fiquei muito extenso. (lembrando: Dan Brown afirma serem reais).



    Exames de ressonânca magnética feitos em Iogues meditando. O avançado estado de concentração fez com que seus cérebros produzissem, através da glândula pineal, uma determinada substância com efeito curativo e capaz de regenerar células. Esta não é igual à nenhuma outra produzida pelo corpo humano e é o segredo por trás da longevidade dos Iogues. Substância com propriedades únicas, apenas existindo a partir da mente em profunda concentração.


    Mesmo que num primeiro momento pareça não ter qualquer relação, a personagem associa esta pesquisa com um conhecido episódio bíblico: O "Maná": Alimento abençoado, enviado por Deus, que cai do céu em socorro ao povo faminto, conforme o antigo testamento. O Maná curava as doenças do corpo, dava a vida eterna e não gerava dejetos. 


   Seriam palavras cifradas ocultando um significado maior, já que, "Templo" seria um código para "corpo", e "Céu", para "mente". O Maná seria esta secreção produzida pelo cérebro. A Bíblia teria centenas de mensagens cifradas, tais como o versículo de Mateus com o qual iniciei o texto. A suposta "substância mágica" é citada também em diversas outras culturas: Néctar dos Deuses, Elixir da vida, fonte da juventude, Pedra Filosofal... etc...


   O reino de Deus está dentro de vós. Interessante.


   Acima disso, o livro traz questionamentos numa época em que é plausível considerar como válidos os conhecimentos dos antigos estudiosos. O homem de hoje em dia está sendo conduzido a olhar para o passado, com a ajuda de todo o aparato científico/tecnológico atual, ratificando muitas das afirmações: O poder mental do homem é algo que vai se desvendando concretamente.


 Volto a frisar: O que escrevi acima é baseado nos diálogos das personagens. Independentemente disso, podem sim, fazer todo o sentido e nos convida a uma reflexão maior.


      O que é afinal de contas, o tal símbolo perdido? É o potencial no interior de nossas mentes, ainda desconhecido em sua totalidade.


      Laus Deo.

     Agora... Imagine estas e muitas outras informações interessantes (o que está acima não é sequer 10% do que há) diluído em sequências muito bem escritas com ação e suspense viciante? Vale muito ler O Símbolo Perdido. Recomendadíssimo!

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

TENSO...


Já faz longa data sem um merecido up grade aqui pelas bandas do meu querido Blog. Tenho andado sob certa pressão (auto-cobrança) e os compromissos com o estudo frequentemente têm contribuído para exaurir um pouco a habitual escrita. Isto explica meu sumiço. 

Desde o início é o mesmo caminho: Meu diário virtual não segue uma temática centrada, de modo que isto proporciona uma maior liberdade ao escrever, contribuindo para que eu seja menos esporádico por aqui.

Apesar de facilitar propositadamente, acabo sendo faltoso a contragosto. Sou alguém que busca o hábito do pensamento pausado, uma coisa por vez. Porém, uma sucessão de responsabilidades faz com que eu me perca em dezenas de pensamentos simultâneos. Como disse, não é um hábito que cultivo, mas que, em algumas situações permito (permito?) que se apossem de mim as preocupações torrentes. Afinal, sou imperfeito e mortal como todos vocês, não me vejo esquivar de determinadas lucubrações. 

Minha impiedosa rotina de estudos, concurso após concurso, tem sugado boa parte do meu esforço mental. Abdiquei de muitas coisas, inclusive daquelas que me são mais peculiares. Há quem diga (gente sensata, reconheço) que tenho me sacrificado demais nestas maratonas. As advertências são coerentes... Onde não há coerência de fato é na mente de um virginiano meticuloso e... Paranóico!

"Paranóico"... Sim... Isto me define em boa parte. Gostaria de ter um "quê" de desencanado. Admiro pessoas despreocupadas que se dedicam a abençoadas horas de um desfrute cara de pau, dizendo simplesmente um belo, um sonoro "foda-se" para o que até antes lhes tirava o sono, crendo que "as coisas se ajeitam". Infelizmente, não é o meu caso. Não é mea culpa, juro!

Tal crença é também a minha. Aí está meu paradoxo: Mesmo acreditando da maneira mais autêntica, Lá no longínquo porão do meu  íntimo, botando fé nessa máxima, desconheço a prática de negligenciar minhas responsabilidades (aqui, o exagero visceral). Poderia negligenciá-las apenas por breves momentos, mas não! Vivo a ruminar algo que tem de ser feito. É um rito nazista que não permite imperfeições.

Talvez este texto seja algo novo ou uma simples catarse de quem, há cinco minutos passados, matava-se, lendo pilhas de papel. Senti a necessidade de dissertar a respeito das minhas neuras mais particulares. Proporciona certa leveza tocar no assunto. A psicologia comprova, explica e fala por mim (muito melhor, diga-se de passagem).

Sou cruel comigo mesmo. Coisa de virginiano.